Milton Nascimento já tem um Grammy, obtido por álbum que trouxe o artista de volta à vida após problemas de saúde
05/02/2025
(Foto: Reprodução) Relembre o disco lançado em 1997 e laureado em 1998 como ‘Melhor álbum de world music’ na premiação da indústria fonográfica norte-americana. Milton Nascimento exibe o Grammy conquistado em 1998 pelo álbum que lançara em maio de 1997
Reprodução / Facebook Milton Nascimento
♫ MEMÓRIA
♪ A inacreditável descortesia dos organizadores do 67º Grammy Awards com Milton Nascimento – a quem foi negado um assento nas mesas do salão principal da cerimônia realizada em Los Angeles (EUA) no domingo, 2 de fevereiro – soa ainda mais absurda quando se sabe que o artista já ganhou um Grammy em 1998, na categoria Melhor álbum de world music, pelo disco Nascimento.
Lançado em maio de 1997, este álbum bem poderia ter se chamado Renascimento, pois foi isso – um renascimento – que o disco representou na trajetória artística e pessoal de Milton Nascimento. É que, entre o fim de 1996 e o início daquele ano de 1997, Milton foi acometido de grave crise de diabetes associada a uma anorexia, quadro que o levou a ser internado em março.
O álbum Nascimento simbolizou a volta do artista à cena, à música e à vida. O disco gerou um dos maiores shows da carreira do cantor, Tambores de Minas, orquestrado sob a batuta barroca do diretor mineiro Gabriel Villela, nome em grande evidência na cena teatral brasileira da década de 1990.
O mote do show foi a música Os tambores de Minas, parceria de Milton com Marcio Borges, alocada como a 11ª das 12 faixas do álbum gravado com produção musical do norte-americano Russ Titelman, nome por trás de discos de Eric Clapton e Stevie Wonder.
A produção de Titelman jamais ofuscou o acento percussivo e mineiro de músicas como Louva-a-Deus e Janela para o mundo, duas parcerias então inéditas de Milton Nascimento com Fernando Brant (1946 – 2015), letrista fundamental na obra do artista desde Travessia (1967), canção lançada há então 30 anos na era dos festivais.
Após álbum gregário de sotaque mais universal, Angelus (1993), Milton se reconectou em Nascimento, de forma mais ostensiva, com as vivências mineiras desse artista de origem carioca criado em Três Pontas (MG), cidade do interior das Geraes.
Ecos das folias-de-reis reverberaram no álbum, promovido nas rádios com a delicada canção O rouxinol, composta somente por Milton e gravada com o toque do violão de Wilson Lopes, parceiro do artista na música O cavaleiro. Em parceria com Chico Buarque, o artista deu voz à causa dos sem-terra nos versos de Levantados do chão, música enraizada no injustiçado solo nacional.
Contudo, Milton Nascimento é da América do Sul – e, ele sabe, muitos não vão saber... – e reforçou a identidade latino-americana ao gravar duas músicas de compositores uruguaios. Cuerpo y alma é da lavra de Eduardo Mateo (1940 – 1990). Já Biromes y servilletas era poética canção de Leo Maslíah, lançada pelo autor em 1984.
No álbum Nascimento, Milton gravou a canção Biromes y servilletas no original em espanhol e também na versão em português escrita por Carlos Sandroni, intitulada Guardanapos de papel e apresentada ao Brasil na voz de Clara Sandroni em disco de 1989.
Guardanapos de papel foi um dos destaques deste disco em que Milton antecipou em dois anos a incursão pela seara de intérprete que faria no posterior álbum de estúdio Crooner (1999). A prévia de Crooner foi dada com a gravação de Ol’ man river (Jerome Kern e Oscar Hammerstein II, 1925), standard norte-americano lançado no musical Show boat (1927) e imortalizado na voz de Frank Sinatra (1915 – 1998) a partir de 1946. O cantor mergulhou em Ol’ man river somente com vocalizes e coro.
Outra música de lavra alheia revisitada por Milton no álbum Nascimento foi Ana Maria (1975), tema do compositor saxofonista norte-americano Wayne Shorter (1933 – 2023), apresentado pelo autor no álbum Native dancer (1975), gravado com a participação de Milton. Ana Maria reapareceu em Nascimento com os vocais sobressalentes de Milton, minimizados na gravação original de 1975.
Completa o álbum o canto de E agora, rapaz?, música do compositor mineiro Raimundo Alves da Silva (1945 – 2021), o Dinho Caninana, morto há pouco mais de três anos.
Entre Minas Gerais e a latinidade sul-americana evidenciada na obra do cantor desde o álbum Clube da Esquina (1972), Milton Nascimento fez um disco para o mundo com a música do mundo. Tanto que o álbum Nascimento foi laureado com um Grammy na genérica categoria de world music, criada para agregar todos os discos feitos fora do padrão pop norte-americano ou inglês.
Bons tempos em que, mesmo numa categoria de menor visibilidade, o Grammy Awards premiava Milton Nascimento sem a insensatez de quem, na edição de 2025, ofereceu ao artista um mero lugar na arquibancada, posição incompatível com a grandeza da obra e da alma do artista.
Capa do álbum ‘Nascimento’ (1997), de Milton Nascimento
Divulgação
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